Pai o primeiro amor na vida de uma filha

domingo, 12 de março de 2017 Nenhum comentário
Um ano passa voando no calendário, mas passa devagar quando a ausência marca presença.

Um ano atrás eu chorava, chorava lágrimas de dor. Senti o desespero bater na minha porta quando você me escolheu para ser dona do seu último olhar e suspiro (Você apesar de querer não presenciou meu nascimento, mas eu pude estar presente no dia que você nasceu eternamente no meu coração). Não quis aceitar! Como foi duro ver a vida se perder por entre meus dedos quando na verdade eu não sabia conjugar o verbo perder.
Um ano se passou e a única diferença é que não dói tanto, não entro mais em pânico, não me desespero.

Um ano depois eu ainda choro, choro o seu cheiro, suas​ manias, sua "rabugentez". Choro o seu chamar, aquele chamar "Treva" que se referia a mim, choro o que me ensinou (aprendi a varrer o espaço entre a cozinha e a área), choro os sonhos​ que me financiou (melissas e o desejo de ser alguém no mundo custam caro), choro pelo chocolate no "potinho" pra aguardar minha chegada. Choro pela cadeira vazia, choro pela tua ausência. Não tem jeito eu ainda vou chorar pelo meu primeiro amor, não aprendi a conjugar a palavra Saudade.

(Maria Angélica Ono)
 
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