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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017 Nenhum comentário

30 de Janeiro...

Um dia normal se não fosse o dia da Saudade

"Saudade de tantas coisas, entre tanta saudade camuflada a que mais me atormenta tem nome e sobrenome e eu costumava chamar de PAI!"

O lado feio do amor (Ugly Love)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017 Nenhum comentário

O lado feio do amor (Ugly Love)
Colleen Hoover
1 ed. 2015. 336p. Galera Record


O contexto: "Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo... apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor. O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo."

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o título do livro. Pensei como pode o amor ter um lado feio? Já que tudo gira em torno do amor, um dos principais mandamentos "Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria (Monte Castelo- Legião Urbana).
 Intrigada fui ler a sinopse e me deparei com o surgimento de um romance. Não um romance mamão com açúcar, mas um romance avassalador e intenso. Quis saber um pouco mais sobre o casal formado Tate Collins e Miles Archer e entender qual seria o lado feio do amor. Me envolvi tanto na história que a cada parágrafo que lia queria saber mais e mais, conclusão em 15 dias já tinha finalizado o livro.

A capa do livro é bastante intrigante e misteriosa. Me perguntava o porque da água 

A história começa com Tate chegando de mudança em São Francisco para cursar o mestrado em enfermagem, me visualizei nela e relembrei dos meus anseios e medos quando me mudei para Piracicaba para cursar o mestrado na ESALQ. Chego a pensar na similaridade dos pensamentos de Tate com os meus ...uma vida nova, um desafio novo, estava saindo da zona de conforto. 
Recém chegada ao apartamento do seu irmão Corbin, um lar provisório até que ela se ajeite a nova vida. Essa cena poderia passar despercebida, mas é ai que tudo começa... Ela se depara com o vizinho, grande amigo do seu irmão, bêbado e obrigada ajuda-o a curar da bebedeira é então nesse momento que atração entre os dois fala mais alto.

Tate é uma mulher independente, daquelas que sabe o que quer. Sem rodeios e mimimi ela percebe que a ligação entre ela e Miles está muito além do contato físico. Ela se apaixona e quer vivenciar esse amor. Apesar das regras impostas por Miles de nunca perguntar sobre o seu passado e nunca esperar por um futuro, ela conserva a esperança de reverter esse quadro. Se sentindo usada somente para satisfazer os desejos de Miles (quem nunca se sentiu usada que atire a primeira pedra!), visto que o pacto selado entre eles é de sexo e nada mais, ela quer dar um basta, mas o desejo de tê-lo fala mais alto que acaba lutando arduamente com o sentimento que brotou dentro de si. Tate tem seu coração dilacerado toda vez que o encontro entre eles termina em um sexo casual e Miles vira as costas, como se tudo tivesse sido um caso banal.

-- A cada passagem do livro eu queria entrar dentro das páginas e olhar para Tate e dizer: "Eu te entendo! Ter o coração triturado dói, mas esse é o preço que se paga por amar!"

Chega um momento da historia que a gente passa a odiar Miles e se pergunta como ele pode agir assim de modo tão frio, mas é ai que mora todo o contexto trabalhado pela autora.

Miles um jovem piloto de avião e bem centrado na sua profissão, foi mutilado pelas atrocidades do destino. Isso explica o porque fez do seu coração uma pedra e não consegue se entregar a mais ninguém, na qual se sente incapaz ou até mesmo não digno de amar. Suas dores e traumas refletem no homem que se tornou.

A capa do livro remete as rasteiras que a vida nos dá. Só depois de alguns capítulos fui entender o porque da água na ilustração. A dor de Miles se torna evidente.

Passagens de sexo é constante em todo enredo, mas nada de muito vulgar ou pesado. Essas cenas se fazem necessária devido a aproximação entre Tate e Miles.

O passado se fazendo presente em todo desenrolar da historia, até mesmo no momento em que Tate sela o começo de amizade com Cap (o "senhorzinho" ascensorista do prédio), segundo Cap nossas manchas de nascença não estão em nós por acaso, mas demonstra a forma de como morremos na vida passada. 
A narrativa de O lado feio do amor se passa com Tate no presente e Miles no passado, ela vai descrevendo como ele é fechado e age de modo estranho, enquanto que ele vai retratando seu lado difícil de imaginar. Os fatos são mostrados aos poucos, mas o sentimento de que algo de ruim vai acontecer está mais do que explicito  o que torna a leitura envolvente e você não quer largar o livro.

"O amor nem sempre é bonito,Tate. Algumas vezes você gasta todo o seu tempo esperando que finalmente algo seja diferente. Algo melhor. Então, antes que você saiba  você está de volta ao primeiro quadrado, e você perdeu seu coração em alum lugar do caminho."

O romance entre Miles e Tate nos ensina que é preciso desapegar do passado, para que um futuro possa chegar. O lado feio do amor passa a ser os pesos que a gente carrega no decorrer da vida que de uma forma ou de outra acaba influenciando no nosso agora.

--- O livro foi adaptado à telona, espero ansiosa  pela estréia. Tudo indica que seja no mês de fevereiro.
O trailer está de babar!!!



Ser para poder pertencer

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Desde que me conheço por gente sempre quis pertencer à alguém. Pertencer, ser de alguém! Entende o poder dessa frase? Na minha cabeça eu só poderia ser feliz de verdade se eu estivesse com alguém. E por muito tempo acreditei nisso. Acreditei em castelos de areia, sapos virando príncipes, acreditei na propaganda feliz de margarina. Acreditei que o meu sexo frágil só seria completo com um macho alfa. E assim fui levando essa maldita sentença enraizada na minha cabeça. Vivendo amores abusivos, mendigando por amor, me anulando para que meu mundo azul (azul da cor do mar) fosse de fato feliz e tivesse um sentido.

Chorei debaixo do chuveiro por me sentir suja, simplesmente porque o "cara perfeito daquele encontro perfeito" me ganhou com meia dúzia de palavras bonitas. Entre um copo de cerveja o papo fluía e eu encantada com seu modo de conduzir, entre uma carência ou outra enroscava no seu corpo e lá estava eu dilacerando meu coração mais uma vez, entregue na boca do leão. Quantas vezes tive crise de ansiedade esperando o telefone tocar, ou até que aquela maldita mensagem de Bom dia refletisse na tela do meu celular, perdi as contas. Sexo casual nunca funcionou comigo e eu não entendia o porque. Na verdade nada de casual combinou com a minha essência. Sabe porquê? Porque sempre detestei mergulhar em rios rasos...
Só o meu travesseiro sabe quantas noites fui dormir com o olho inchado, nunca tive vergonha de chorar ao vivo e a cores. Invejosos dirão que é fraqueza eu digo que sempre deixei a alma transparecer e não há fortaleza que aguente quando o eu interno está saturado. E meu eu interno já não esperneava. Ele berrava, urrava. E volta e meia retornava para casa com o desejo de pertencer à alguém... Engana-se quem pensa que amores abusivos são somente no relacionamento entre homem e mulher.
O abusivo está em toda parte, está naquela conversa de que você já passou da hora, está encalhada...vamos apresentar "fulano", "ciclano" que é o cara para ela- Pera ai! Ninguém ao menos se quer perguntou se eu queria conhecer o "tal" e mais uma vez a maldita sentença de que eu precisava pertencer à alguém me assombrava. E assim mais uma vez retornava pra casa querendo ser de alguém... Depois de mais um relacionamento fracassado, a noite perfeita que era para ser perfeita fez meu castelinho de areia desmoronar...mais uma vez eu era usada e descartada e então sentada (um jeito polido e bonito de dizer) quando na verdade eu estava jogada no chão me sentindo pior que trapo de passar no chão e urinado por centenas de cachorro que percebi que o meu sexo frágil não precisava de um macho alfa para estar completo.Eu já era completa! Pés e mãos completos, processos fisiológicos completos, olhos completos...tudo em mim era completo e em perfeita harmonia. E finalmente eu compreendi que não precisava pertencer à alguém porque eu já pertencia. Pertencia a mim mesma... Pertencia aos meus sonhos, metas, objetivos, pertencia a minha fome por comida, pertencia a minha vontade de ser feliz mesmo que fosse em um castelinho de areia...eu era dona de mim e não pertencente de alguém. Foi ai que entendi a sutil diferença entre ser e pertencer. Ser para poder pertencer...
aH! e o sexo frágil aqui não é nada frágil, dá umas trincadas de vez em quando (ou quase sempre). Ela aprendeu a ser resiliente.

Entre perdas

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017 Nenhum comentário
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que pétala por pétala, tranquilas, vividas, se entregam ao vento. As pessoas se vão. A gente tenta segurar, pega na mão. A mão escapa e a pessoa se vai. A gente urra de dor, esperneia, chora. Se descabela. Se revolta. Se desespera. Ai a vida, essa caprichosa vem e te derruba. Me pergunto dona vida você não tem dó do que faz com a gente? Foi um susto. Como num susto se foram tantos que já perdemos antes. O telefone que toca. A mensagem que chega. O mundo desmorona, a gente fica destruído. A falta de quem sempre esteve. O vazio indefinido por dentro. Um mix de tristeza, de luto, de e agora quem mais? Eu o próximo? Se pudéssemos ter consciência do quanto a nossa vida é efêmera talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes. A vida é passageira e de repente ela te passa uma rasteira. Mas a gente não sabe adivinhar… Como lidar com um barulho desses? Talvez o grande segredo seja exatamente esse. Percebo que ninguém é para sempre. Nada é meu, como eu gostaria que fosse. Não há cofres, seguros e muito menos garantia que me protejam das perdas, das fragilidades da vida. A gente boia nas incertezas. Nada me protege de coisa alguma. Sou carne viva. Alma e coração. Tudo me dói. Então me dou conta de que só temos o hoje para amar.

Tudo tem um porquê. Um brinde as nossas bagagens

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017 Nenhum comentário
A dinâmica da vida consiste em altos e baixos, erros e acertos, saldos positivos e negativos e entre todo esse movimento "aprendizagem" é a palavra ideal.
Todos nós temos bagagens, umas mais leves e outras nem tanto- algumas chegam a precisar de rodinhas para empurrar. O fato é que são essas bagagens que nos fazem pessoas, que nos fazem ter histórias para contar. É um lero-lero sem fim. 
A bagagem é a soma de tudo aquilo que fizemos no percurso da vida, os livros que lemos, os filmes e seriados que vimos, a viagem que fizemos, as experiências dos erros e acertos...
Meu orientador do mestrado um dia me disse a escrever sobre minhas bagagens. Lembro como se fosse hoje- eu chegando saltitante logo pela manhã no laboratório de ecologia e entomologia florestal e como sempre desejando um "Bom dia!" aqueles que cruzavam meu caminho, ao parar em frente a sala do orientador para fazer aquela média, ele começou a perguntar sobre minha experiência de ter morado alguns anos do outro lado do mundo (foram quatro anos no Japão) e de repente me soltou uma: "As peripécias de Maria" segundo ele essas histórias deveriam ser divulgadas 
Sim! são essas bagagens o motivo de toda "zoação" nas rodinhas de amigos. E eu tenho muita história pra contar, quase um Forest Gump! (brincadeira)- O fato é que aproveitei cada momento sem medo de ser feliz. Um dia li em algum lugar não sei onde, que o preço que se paga para viver e ter um sorriso no rosto é ser trouxa. Dane-se!!! Eu sou bem trouxa porque tenho mesmo o "risador aberto". Gosto mesmo de rir, de mostrar os dentes, 
Já fiz tanta trapalhada nesses meus 30 e poucos anos e algumas burradas também, O episódio de ter comprado preservativos pensando que era chocolate no seven eleven  não pode passar em branco (Sim!Comprei camisinhas pensando ser chocolates tipo "kinder ovo"- na época eu fazia coleção de miniaturas e uma recém chegada no Japão que não sabia ler e entender as letrinhas pagou mico e fez o Japa da recepção arregalar os olhos como ninguém! Afinal eram camisinhas para um batalhão- cada caixinha continha dez. E a tonta aqui, sabe de nada comprou cinco caixinhas!). Outro dia esqueci minha mala no hotel- fui fazer coleta do mestrado em POA e acabei deixando a mala pra trás, bem guardadinha no quarto. Isso rendeu um trabalhão e uma não conformidade para a empresa. Segundo meu orientador eu já chego causando! Se eu não apronto nada não sou eu. Pera Ai Professor! Também não é assim...
Já cai de joelho em frente ao Crush- vai quem manda querer sensualizar pensando ser a Gisele Bündchen. Na minha ilusão a rua era o desfile da Victoria's Secrets e euzinha estava na passarela na maior sedução cai igual uma jaca no chão com os dois joelhos cravados no asfalto, rasguei a calça e nem sei como levantei na hora. Nunca mais quis cruzar o caminho do Crush, fiquei com medo dele chamar o samu...
 Sempre aprendi a ser abrigo, isso explica o porque até os cachorros da rua me conhecem (essa é a frase que meu pai se referia a mim). Tenho os amigos de bar, de boteco, amigos para almoçar, jantar, jogar conversa fiada, aqueles que me puxam a orelha num assunto sério e também aqueles amigos que quero bem longe de mim, assim cada um tem um pedaço de mim e eu tenho um pedaço de todos. Estou aqui pensando... 
Seja causando, aprontando, caindo, esquecendo, errando eu vivi e fiz bagagens só minhas 
Um brinde a nossa bagagem 
 
Desenvolvido por Michelly Melo.